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A mostrar mensagens de dezembro, 2018

Ultrapassar o Limite

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Pensamos sempre que há um limite que não vamos ultrapassar... Que nunca iremos fazer aquilo... Que nunca iremos por aquele caminho. Acreditamos sempre que não admitiremos que ninguém nos obrigue a passar por cima de determinadas linhas. Não. "Há certas coisas que nunca permitirei". "O respeito por mim acima de tudo". Eventualmente, a vida vai mostrar-nos o contrário. Eventualmente, vamos "bater de frente" com a realidade e perceber que as nossas escolhas têm consequências. Que valores mais altos se levantam (e podem ser bons valores) e que é por eles que nos devemos seguir. A injustiça não é sinónimo de vergonha. Ou seja, não é por nos sentirmos injustiçados que devemos ter vergonha disso. Não. Não temos de ter vergonha se actos de terceiros nos infligem essa injustiça. Devemos ter, sim, vergonha de não a poder denunciar. Quão grande poderá ser essa vergonha? A vergonha de saber que erraram connosco e de não podermos falar sobre esse erro. D

Quando Somos Menos Um

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São demasiadas as vezes em que nos cresce o ego. Por pensarmos que não valemos nada, caímos no erro de pensar que somos melhor do que os outros... Como se a certeza de que somos uma nulidade nos desse automaticamente a certeza de que somos melhores do que os outros, tendo comportamentos diferentes e distintos. Mas não é assim. Podemos ser um zero, mas não nos podemos esquecer que nos podemos tornar num menos um. É claro que o que também nos define é a forma como lidamos com o facto de tomarmos uma atitude de menos um. Ficamos a pensar nisso? Esquecemo-nos? Não lhe damos importância? Se tomarmos uma atitude de menos um e não pararmos para refletir, algo está mal. Se, por outro lado, sentimos remorsos, não conseguimos esquecer e nem sequer nos sentirmos dignos das boas coisas que nos acontecem... Então talvez não estejamos perdidos. É aquele confronto com a realidade de que naquele momento ou naquela hora nos tornámos iguais àqueles que na nossa cabeça são os porcos, feios e maus, que no

A Mulher que Não Sonhava

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- Porque é que estás sempre com ele? - pergunto, olhando para o fio que ele traz no seu pescoço. Sem deixar de olhar para mim, ele sorri. - Porque é que queres saber? Encolho o ombro de forma quase imperceptível. - Gostava de saber tudo de ti. O azul dos seus olhos parece tão claro, quase como se conseguisse ver o meu reflexo. - Achas que não sabes? Fecho os olhos e sorrio levemente. Ele e a sua mania de me responder de forma tão vaga. Sinto um arrepio e estremeço. Viro a minha cabeça para o outro lado e abro os olhos. Olho para o chão e ali está ela. Ali está ela, à beira da cama, deixada ao acaso, como se ali estivesse porque o seu propósito estava já traçado desde o início. Deitada na cama, estico o meu braço e pego na camisa de flanela. Antes de a vestir, cheiro-a. Tem o cheiro dele, o mesmo que está impregnado na minha pele. Roço os meus lábios naquele tecido quente, ao mesmo tempo que sinto a barba dele no meu ombro, deixando os seus lábios viajar ao de l