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A mostrar mensagens de maio, 2012

Seremos o Espelho dos Outros?

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Hoje dei por mim a pensar o que é que as pessoas querem dizer com a frase: "somos o espelho dos outros". Isso significa realmente o quê? Só encontro uma resposta e admito que é a mais óbvia: somos semelhantes, no nosso comportamento, àqueles que estão ao nosso lado. Sinceramente, morro de medo de pensar que isto possa ser uma verdade absoluta. Grande parte da minha vida foi sendo feita junto a pessoas das quais vale a pena seguir o exemplo: pessoas honestas, sinceras, que sabem o verdadeiro sentido da amizade e que lutam para conseguirem aquilo que querem, sempre com base em princípios e valores. Mas o que é que pode acontecer quando deixamos de estar rodeadas dessas pessoas? Quando passamos todos os dias junto daqueles que nos ensinam "a sobreviver neste mundo", como dizem? Tenho saudades da paz de espírito com que encaramos a juventude. De rir por tudo e por nada, de não ter preocupações (como tenho saudades disto!), de não ter de julgar todos os meus pas

Ele não está só

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A noite tinha caído por completo. Apenas a luz do quarto dava conta da vida que ainda existia naquele quarto. Perto da janela, por entre os cortinados, ele olhava para a rua. Um completo silêncio preenchia o tempo, as folhas das árvores remexiam ao sabor do vento. Fechou os olhos. Que saudades. Que imensas saudades ele sentia. Estava completamente preenchido por este sentimento, que o fez sorrir. Quase que o fez acreditar que ela ali estava. À sua frente, no seu estilo descontraído e a esboçar um sincero sorriso ao vê-lo ali encostado. Tal como já tinha acontecido vezes sem conta. Essa imagem acalmou-o. Foi como se soubesse que ela continuava com ele. Mesmo estando longe, essa era a realidade. Para sempre, ela estava consigo, fazia parte de si, do seu pensamento e de todo o seu corpo. Esse era o seu alento: ele sabia que nunca estava sozinho. E naquele momento, essa era a certeza que a imensa saudade lhe deixava. Abriu os olhos e deixou que o seu olhar azul caísse sobre o se

Uma Memória de Sassetti no Largo S. Carlos

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Estava uma noite quente, temperatura nocturna típica do Verão. O Largo de São Carlos estava cheio de gente. Foi difícil encontrar um local onde eu e mais dois bons amigos conseguíssemos ver alguma coisa. Ficamos numa das laterais, bem perto onde o génio se iria sentar. Era a primeira vez que estava no Festival ao Largo, era a primeira vez que ia ver o pianista Bernardo Sassetti a actuar e era, também, a primeira vez que ia assistir a um espectáculo da Companhia Nacional de Bailado. "Uma Coisa Em Forma de Assim" era o seu nome e não foi preciso esperar muito para que tudo estivesse pronto. No seu fato cinzento e com uma longa encharpe, Bernardo Sassetti entrava em palco. Com um ar descontraído, um cenário que se completava com o seu imenso cabelo grisalho. Apesar de termos ficado numa das laterais do largo, o nosso lugar foi, precisamente, do lado do pianista. Assim que se senta ao piano, Sassetti concentra-se. Não é difícil perceber isso. Basta apenas olhar para a sua exp