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Carta a Filomena II

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Lisboa, 4 de Dezembro de 2011 Querida Filomena, Como estás? Que tal a vida por Braga? As coisas por aqui estão difiíceis. Há muito tempo que me pergunto: "Porque é que as coisas mudaram?". Não consigo encontrar uma resposta. Tu consegues? A culpa é das pessoas? É minha? Honestamente não sei. Por favor, se souberes, diz-me tu! Tornei-me numa pessoa triste. Se soubesses há quanto tempo não me rio com vontade... Há quanto tempo que não estou sem preocupações... Essas são mesmo as minhas maiores inimigas. Também tens muitas? Aquilo que faço... Sem trabalho, só interesses,só consegues algo com favores e tens um bom cargo só com cunhas. Sem dinheiro. Os que têm valor não são recompensados... . Acho que isto não é para mim. Também não tenho bem a certeza disso. Já penso nestas coisas há demasiado tempo. Frequentemente, tento pensar nisso, mas a minha cabeça dói-me ainda mais do que o habitual. Sabes como vejo o que me acontece? Como se estivesse presa numa cadeira, com uma mord