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A mostrar mensagens de outubro, 2012

Cyrano de Bergerac, por onde andas?

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"Pois moralmente é que eu cá tenho os meus requintes. No atavio não sou um franzidinho airoso, e mais cuidado ando, ao ser menos vaidoso; não sairia com, por certa negligência, afrontas por lavar, e ainda a consciência amarela de sono ao canto de seu olho, e a honra amarrotada e escrúpulos de molho. Ando sem nada em mim a transluzir beleza, independência só, por plumas, e fraqueza; não é pela estatura a meu favor que brilho, é pela alma erecta e como em espartilho; como fitas enlaço os meus feitos e pode meu espírito alçar-se tal como um bigode; e faço, a atravessar os grupos e as rodas, como esporas soar minhas verdade todas. (...) Luvas não tenho... ora que grande azar! Restava-me uma só... e era de um velho par! A qual de resto, a mim, só me fazia dano: e por isso a deixei na cara de um fulano."     (Rostand, Edmond,  Cyrano de Bergerac , Lisboa, 2007, Bertrand) Escolhi este trecho como podia ter escolhido tantos outros. Cyran

Como se lida com a morte?

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A morte é sempre complicada. É um acontecimento ao qual nunca aprendi a reagir (penso que poucos o sabem fazer).  É sempre desconfortável. Uma pessoa nunca sabe como se deve comportar ou o que dizer. E tudo ainda se torna mais complexo dependendo da importância de quem morre. Daquilo que significa para cada um de nós. Penso que esse é o factor determinante para aquilo que fazemos a seguir ao conhecimento dessa notícia. Nunca aprendi a lidar com esta sensação. Sinceramente, também não sei se isso é algo que se "aprende"... Se quem morre é alguém muito próximo de nós , a dor da perda é inexplicável . A reacção imediata é o choro. Eu até acho que não pensamos em nada em concreto. As memórias vêm depois... Vêm com a saudade. Sentimos a falta dessa pessoa só com o passar do tempo. Aquilo que sentimos no momento em que ouvimos "o tal morreu" é como se nos dessem um murro no coração e nos partissem a cabeça ao meio. Mas sentir o vazio que se apodera de nós, pa

Cuidado... Leram-me a Sina!

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Num jardim, a meio de um trabalho oiço alguém chamar-me. É certo que não foi o meu nome que soou por ali, mas quando ouvi "você, você", não consegui deixar de olhar. E, a verdade, é que parecia mesmo ser para mim. O senhor que me chamava tinha já uma certa idade e estava rodeado de mulheres, que olhavam para ele com muita atenção. Apesar de não ser muito destas coisas, acedi a falar com ele. Inesperadamente apenas me diz: - Deixe-me ver a sua mão. Eu leio a sina! Esta era a última coisa que julgava ouvir naquele momento. Fiquei meia surpresa. Não acredito muito nestas coisas, porém, com a minha boa disposição, aceitei o seu pedido e disse-lhe para "ler a minha mão".  Muitas coisas disse de forma meio atabalhoada e algumas vezes repetitiva. No entanto, a primeira frase que saiu da sua boca, eu não me consigo esquecer. Podia falar sobre quantos anos de vida vou ter, se vou passar muitas dificuldades ou se vou ganhar o Euromilhões. Mas não. De forma bastante