Donald Trump: O Escolhido

É impossível não falar da notícia que abalou o mundo na semana passada. Não. Não estou a falar do Pedro Dias, que finalmente se entregou, numa cena que parecia de um reality show. Ou da música da Popota, assunto que pode servir para uma nova crónica. 
Estou mesmo a falar das eleições norte-americanas de onde saiu vitorioso: Donald Trump. Sim. Os Estados Unidos da América elegeram um novo presidente que é um empresário, sem experiência política. Além disso, os sucessivos comentários que realizou acerca dos imigrantes, da economia, da política externa, ou os escândalos, a conduta condenável em relação às mulheres... Enfim. Um sem número de coisas que qualquer pessoa que tenha um mínimo de consciência não o vá escolher para governar. Por isso, até hoje, confesso que estou ainda a processar o que aconteceu. 
A sério, americanos... O que raio se passa convosco? 
Eu sei que a maioria pensa que a alternativa não era a melhor. Hillary Clinton ao longo da vida mediática conseguiu amigos e inimigos, pessoas que a odeiam, pessoas que a amam. Mas, amigo, do mal ao menos, não teria sido melhor escolher esta mulher? É come se tivéssemos a oportunidade de optar entre dois restaurantes onde em ambos se come mal, mas ao menos num deles ainda se bebe à descrição. 
 
Na minha opinião, a escolha de Trump apenas é justificada pelo facto de que os americanos estão com medo. E, normalmente, quando as pessoas estão com medo tomam decisões estúpidas, como esta. Devido aos últimos acontecimentos que o mundo tem visto, é natural que haja medo daquilo que é diferente, daquilo que é diverso, da morte, dos ataques, do terrorismo, do ódio. E quando se tem medo há a tendência de escolher quem tem o discurso mais radical, mais "fora" daquilo que estamos habituados a ouvir. Isto porque acreditamos que só com acções ou ideias anormais se pode parar aquilo que é anormal. No entanto, a história já nos demonstrou, mais do que uma vez, que aquilo que acaba por acontecer é precisamente o contrário: chacinas, guerra, opressão, falta de liberdade. Esperemos que a escolha de Donald Trump acabe por não trazer nada disto... que tanto o Senado como o Congresso consigam ser forças que contenham as ideias, no mínimo estapafúrdias, que o candidato proclamou durante a campanha. 

Além de todo este cenário, que parece apocalíptico, eu sei, a eleição de Trump prova uma outra coisa muito mais simples: as pessoas estão fartas dos políticos. As pessoas estão fartas dos políticos convencionais, dos partidos, das mesmas teorias. As pessoas estão fartas. Ponto. Só esta realidade pode justificar que Trump tenha mais do que cinco ou seis votos (contanto com os votos de alguns dos seu familiares). 

Donald Trump é um empresário norte-americano, que factura milhões. O novo presidente dos Estados Unidos da América não tem qualquer experiência na política. É quase como se fosse o Palhaço Tiririca a ganhar as eleições no Brasil, mas com mais dinheiro. 
A democracia está em crise. Isso, já todos sabemos. Porém, sentia-me mais descansada, pensando que os americanos não iriam querer tornar-se o exemplo vivo dessa realidade. Que tivessem um pouco mais daquilo que parece que se perdeu nos dias de hoje: bom senso. Não peço que tivessem cem por cento de bom senso. Pedia só que fosse um bocadinho. Porque só um bocadinho era suficiente para deixar Trump com menos de 10 por cento dos votos. 
Não escondo que estou expectante para saber como vão ser estes quatro anos de Donald, tendo ainda a esperança ínfima de que ele não chegue ao fim do mandato. Afinal, eu sempre pensei que a sua candidatura era só uma diversão. Pode ser que enquanto presidente ele próprio se torne numa grande piada. 

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