O Refúgio da Tranquilidade

Tranquilidade. É o nome de uma companhia de seguros e é uma das palavras mais proferidas por Paulo Bento. 

Apesar disso, esta é a palavra que melhor pode definir aquilo que mais precisamos quando estamos no meio de um turbilhão. Seja um turbilhão de sentimentos, de problemas ou de complicações. É quando estamos cansados de sermos um saco de pancada que mais precisamos de encontrar algo que nos dê tranquilidade. Que nos dê o espaço necessário para termos outra perspectiva sobre essas coisas que nos atormentam, mas também que nos fazem felizes. Enfim... sobre aquilo a que chamamos vida. No fundo, é necessário tempo para reflectir, para depois podermos agir.

Cada um de nós encontra esta tranquilidade à sua maneira. Para uns pode ser a solidão da sua casa, para outros pode ser uma noite de convívio com os amigos, pode ainda estar num passeio por algum sítio que nos diz muito. Dependendo das pessoas, das suas vivências, das coisas boas e menos boas pelas quais cada um passa, pelas boas ou más memórias de um lugar. Tudo depende daquilo que cada um é e que considera para si importante.

Para mim são poucos os lugares ou as situações que me dão a tranquilidade que mais preciso para seguir em frente. Um dos locais onde me posso deixar ficar e reorganizar tudo aquilo que está dentro de mim, fica um pouco longe de onde tenho a minha vida estabelecida. E, por vezes, tenho muita pena de que seja assim. De cada vez que os meus fardos (sim, porque todos nós temos fardos, sejam eles de que natureza forem) se tornam demasiado pesados e tão difíceis de suportar, gostava de poder regressar até a este local, no coração do Minho e aqui depositá-los por um tempo até que me sentisse capaz de seguir caminho.
Poder descansar as nossas costas é uma das melhores coisas que nos pode acontecer na vida. Quando o cansaço é muito quase que deixamos de ter a capacidade de pensar, de nos organizarmos, de encontrarmos soluções que nos permitam desfazer, definitivamente, desses fardos. E isso é como uma prisão. Sim. É uma pequena e cruel prisão, pois aí ficamos amarrados ao nosso dia-a-dia a ver a vida passar-nos pelas mãos, completamente inactivos.

Termos a capacidade de encontrar o nosso próprio refúgio pode ser a nossa salvação, mesmo que não tenhamos a oportunidade de aí estar tantas vezes quanto queremos e necessitamos. No entanto, o que importa é aproveitar o tempo em que conseguimos estar nesse refúgio, por mais ínfimo que seja, aí curar as feridas e voltar de novo à guerra.

Coldplay - "Green Eyes"

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