Vermes disfarçados de Gente

Uns agarram-se à vida com unhas e dentes e juram a pés juntos que aquilo que mais querem fazer é viver. Viver todos os anos, todos os meses, todas as semanas, todos os dias, todas as horas, todos os minutos... Acabam por cometer excessos. Muitos Morrem.

Existem outros que não se importam com o decurso da vida. Deixam-se andar no mundo como organismos sem reacção. Esses ficam sozinhos.

Há ainda outros que constroem sonhos. Idealizam um futuro. Traçam objectivos... 
Muitos deles falham. E no grupo desses que falham há uns que tentam reerguer aquilo que se desmoronou e há outros que simplesmente baixam os braços, desistem e continuam a viver a pensar no passado, naquilo que foram e naquilo que tiveram na mão, permanecendo, assim, eternamente. Mas aqueles que tentam reerguer-se podem seguir dois caminhos:
- o de uma vida pautada por princípios e valores, e logo à partida todos nós sabemos que a maioria desses não vão longe e que vão estar sempre a tentar alcançar algo, quase impossível de conseguir obter. No entanto, seguem com um sorriso na cara, porque haverá sempre algo que valeu a pena. 

- a outra opção é simples, rápida e eficiente: tornam-se hipócritas e fazem de tudo para conseguirem aquilo que querem. Metem, tomam partido de quem lhes é mais conveniente, enganam, lixam o trabalho de quem está ao lado, são obtusos, não admitem que estão errados, deitam-se na cama com o chefe, ou a chefe, vendem a consciência, são falsos, vira-casacas, fazem aquilo que têm de fazer para que os outros lhes retribuem com aquilo que mais querem: reconhecimento, dinheiro, ou simplesmente um elogio. Não têm amizades, no velho e verdadeiro sentido da palavra, simplesmente porque não conseguem conceber uma vida de confiança, lealdade e entrega. Porque de uma simples e verdadeira amizade não vão obter nada daquilo que mais querem em troca.
Devo dizer que fico surpreendida com essas pessoas. Não consigo conceber como é que alguém consegue viver assim. Trai quem tiver de trair para benefício próprio. É estranho... Às vezes pergunto-me se em casa essas pessoas têm dificuldade de se olhar ao espelho ou se já nem fazem isso. Eu acho que já nem se dão a esse trabalho. Não podem. Porque se assim fosse ficariam em casa a tentar perceber quem são e o que fazem. 

Aquilo que eu penso mesmo é que todas essas pessoas construíram um mundo à sua volta. Uma redoma imaginária e acreditam que a vida é mesmo assim. Um nojo de mentira e hipocrisia e que, no fundo, todos são como eles. Por isso, eles estão certos e seguem assim, toda a vida, a serem o inferno e a fazerem da vida dos outros o inferno.

Sinceramente, eu até consigo entender porque é que esses vermes disfarçados de gente têm de andar neste mundo. A razão até é bastante simples: para que pessoas com princípios e honestas conheçam exactamente o oposto daquilo que são e aquilo que não querem ser. 

Mas era completamente escusado fazerem da nossa vida um inferno. A mim bastava saber que eles existem. Não precisava de estar, constantemente, rodeada deles. 

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