Vulnerável I - Pesadelo
A temperatura elevada não me faz querer cobrir o corpo. O verão traz as noites quentes e apesar de já estarmos em Setembro parece que continuamos em pleno mês de Agosto. Estou cansada e mole. A satisfação do início da noite deu-me o que era preciso para adormecer rapidamente, mas dormi poucas horas. Oiço o seu corpo que se mexe. É de madrugada, não preciso de abrir os olhos para o saber. Despertei, mas deixo-me ficar de olhos fechados na esperança de que o sono tome outra vez conta de mim. A sua respiração está diferente. Abro os olhos a custo. A sua cabeça vira de um lado para o outro. Abro os olhos completamente. Não sei se o acorde. É mais do que certo que sonha. Fico atenta. Agora, já todo ele se move, o lençol enrola-se por baixo do seu corpo nu. Endireito-me um pouco e ajeito a camisola de alças que vesti antes de adormecer. Som. Ele diz algo, mas no meio dos movimentos erráticos não lhe sai qualquer palavra percetível. Sinto um nó na garganta. Quero ajudá-lo, mas não sei o que